A Ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, alertou que despesas mal planejadas são tão prejudiciais quanto altos impostos, podendo levar um país a uma dívida insustentável. Ela enfatizou a necessidade de equilibrar a gestão da dívida pública com o funcionamento eficaz das instituições estatais, que garantem a soberania nacional em todas as suas dimensões. Além disso, sublinhou o papel crucial do investimento público em áreas prioritárias, como infraestrutura e serviços sociais, para impulsionar o desenvolvimento econômico e social de forma sustentável.

Vera Daves, Ministra das Finanças de Angola

Durante a abertura da sessão de apresentação da 18.ª Edição do estudo da Deloitte “Banca em Análise”, Vera Daves de Sousa convocou os bancos angolanos a participarem ativamente no investimento direto empresarial. Ela destacou que tais investimentos não apenas geram renda e emprego, mas também aumentam a receita fiscal e promovem o crescimento econômico do país. A Ministra agradeceu antecipadamente o compromisso dos bancos nesse sentido.

A segurança e a solvabilidade do sistema financeiro também foram temas abordados. Daves de Sousa mencionou a importância do alvará especial concedido aos bancos, que reflete as exigências específicas de sua atividade, como a proteção dos depósitos dos clientes. Ela alertou para os riscos sistêmicos associados à falência de bancos, que podem afetar negativamente famílias e empresas.

No que diz respeito ao desempenho recente do setor bancário, dados do Banco Nacional de Angola mostram um crescimento de 28,8% no crédito ao setor privado em 2023, comparado ao ano anterior. A Ministra salientou a contribuição dos bancos para o financiamento da economia, evidenciada pelo aumento significativo nos resultados líquidos do setor bancário, que cresceram 65,8% em relação a 2022.

O estudo da Deloitte também revelou que os títulos e valores mobiliários continuam dominando a estrutura de ativos do setor bancário, representando 36% do total em 2023. Este cenário reflete a exposição significativa dos bancos à dívida pública nacional, apesar da redução de 5% no ano anterior. O evento contou com a participação de representantes das autoridades de regulação financeira, instituições bancárias e membros da sociedade civil, reforçando o compromisso conjunto com a estabilidade e o crescimento econômico sustentável.

Em síntese, as declarações de Vera Daves de Sousa destacam a importância da responsabilidade fiscal e do investimento estratégico para garantir um desenvolvimento econômico sustentável e a estabilidade financeira de Angola.